Mas então porque haveria uma nova indústria, socialmente e ambientalmente mais consciente, vegana, com tendência para crescer e expandir-se em várias direções querer ser confundida com a indústria do “couro”?
Será que as marcas bio, eco, vegan, etc., desejavam um mal-entendido? Quando designam nos seus produtos “pele” ou “couro” vegana estão intencionalmente a confundir os seus clientes? Não creio. Nem haveria vantagem nenhuma nisso. Quem procura uma alternativa à pele, sabe bem o que quer, e a palavra-chave não é pele, mas sim vegana. Talvez seja mesmo importante ir ao ponto de partida, e por isso é imprescindível chamar as coisas pelo seu nome, e pele é pele e pele não é nem pode ser vegana.
Portugal junta-se a outros países da UE e publica o decreto-lei que faz banir a utilização de expressões com a palavra couro para referir produtos, que tendo características similares ao couro, são de origem não animal ou de origem sintética.
Outros países já haviam tomada decisão idêntica. Podemos perceber que esta é uma forma de proteger indústrias que dependem economicamente da exploração desta matéria-prima, o que acontece em particular com Portugal e Itália. É especialmente nestes dois países que a indústria do calçado é mais poderosa por ser forte exportadora, ao qual está associada elevada qualidade do produto final, e por isso muitas marcas de todo o mundo, sejam de luxo ou não, recorrem como garante de qualidade premium.
Será ainda assim interessante ver como irão evoluir estas empresas, uma vez que com o crescimento da oferta e do interesse em matérias alternativas, e que graças à sua melhoria constante, assistimos à chegada ao mercado de produtos com evidente qualidade e um impacto significativamente inferior para o planeta, são estas as novas necessidades do consumidor.
Por outro lado, a publicação de leis como estas, protegem sobretudo o consumidor, que fica bastante mais esclarecido. Isto é, quem dá preferência à seleção de produtos de origem não animal faz uma compra mais consciente. E as marcas que até agora têm usado a palavra “couro” associada a algo que não provém de animal, também têm a oportunidade de tornar mais forte os produtos que se pretendem alternativos.
Claro que o desafio já existia, oferecer aos consumidores um produto que seja mais ecofriendly e ao mesmo tempo, que permita um bom design e qualidade, e de preferência que seja apelativo. Agora é aliar a confiança dos consumidores nestas marcas e nestes novos produtos e fazer destes uma real proposta de valor ao mercado e sobretudo para quem os compra
Para terminar há que referir que o mercado deve ser regulado, e transparente. O resto permanece nas mãos dos diretores criativos e nos departamentos de marketing, no final ganha o consumidor informado. Ganhar o cliente, isso já é outro assunto!
P.S. - O Decreto-Lei nº 3/2022 entrou em vigor a 1 de janeiro de 2022, contudo as marcas têm até ao final do ano (31 de dezembro de 2022) para escoar os artigos com expressões que incluam a designação couro para nomear o seu produto de origem não animal.
Agora e para quem deseja as alternativas pensei que seria oportuno trazê-las aqui demonstrando que existem e que são excelentes escolhas!
Propostas de produtos que podem encontrar no mercado, provenientes de origem não animal, o que para quem prefere a Moda Sustentável é uma escolha possível. A outra possibilidade, e para se minimizar a pegada carbónica, é comprar o que já existe no mercado. Ambas as propostas são uma escolha com a qual estamos confortáveis por isso aqui ficam algumas, que espero, possam acolher cada vez mais fans.
Começando Com Algumas Opções Veganas:
Opções Provenientes de Materiais Reciclados
Mais Opções Veganas
A Seguir Duas das Minhas Favoritas...
E Agora Uma das Minhas Designers Favoritas
Para ir com...
Impossível Escapar a esta Marca:
Para mim, Opções Espetaculares e Veganas, Continuando com a MASHU!
Ou...
As Opções de Segunda-Mão
Primeiro são da SELLIER... rápido antes que esgote!
E finalmente, da HEWI (RARAMENTE USADO)
Espero que seja útil, desejando que voltem em breve,
Votos que passem bem e em segurança!
Vossa,
Vera